domingo, 21 de novembro de 2010

"Aula magna" do Sr. Primeiro-Ministro

O PM e presidente do PAICV ministrou a jovens de S.Vicente, no dia 18 de Novembro, na Academia Jotamonte, mais uma das suas “aulas magnas”. Falou de história, das próximas eleições e de qual deve ser a postura dos jovens. O centro da sua lição de história é que na década de noventa se”instalou ódio, vingança, arrogância e intolerância”. Os jovens ficaram sem saber que os anos 90 foram os anos do derrube do partido único, da conquista da liberdade e da democracia, da Constituição de 1992, da construção do Estado de Direito democrático e das suas novas instituições e do resgate do Poder Local no Cabo Verde independente. Quanto à questão das próximas eleições o Sr. Primeiro-ministro afirmou logo que eleições “não são para escolhas de partidos” que devem governam no ciclo seguinte. São “sobre o futuro”. E, segundo ele, há quem tem o futuro e os “olhos postos no bem comum” e há os outros. A escolha, portanto, já está feita. Era de perguntar ao Sr. PM se é mesmo necessário realizar eleições. Actos eleitorais pressupõem partidos em pé de igualdade e assentam num consenso geral que ninguém detém a chave mágica para um futuro de prosperidade e que a competição entre partidos é essencial para se definir a todo o momento o bem comum. As declarações do PM anulam esse consenso. Tornam-se mais preocupantes quando conjugadas com outras proferidas no encontro de jovens em Rubom Manel no dia 14 de Novembro. Segundo o site do PAICV, o PM exortou os jovens a inspirarem-se no exemplo da população, que há 100 anos atrás se “se juntou à volta da palavra de ordem “homis faca, mudjeres matchado, mininus tudu ta djunta pedra”, para hoje “vencer os combates que serão necessários travar para que Cabo Verde preserve as grandes conquistas já alcançadas e continue a trilhar novos caminhos”. Linguagem bélica, associada à negação de escolhas e a certezas absolutas de representar o bem comum, constitui mau presságio para a democracia. A lição do PM simplesmente serviu para conspurcar tempos históricos únicos e eliminar adversários antes do pleito eleitoral. No chão ficou o dever de garantir verdade, honestidade e transparência na actuação dos governantes como forma de fazer os jovens acreditar nas virtudes da cidadania plena e participada.

2 comentários:

  1. Os delirios de JMN revelam uma FRAGILIDADE ATRÓS no que diz respeito ao conhecimento e prática DEMOCRÁTICA.***Revelam ainda FALTA DE CORAGEM em abordar qualquer assunto realtivo aos RESULTADOS de sua Governação.***De forma IRRESPONSAVEL vem apelando ao voto EMOCIONAL, forçando a saída da LIBERDADE DE ESCOLHA CONSCIENTE do processo eleitoral que se avizinha.***Estará JMN consciente do papel que vem escrevendo na HISTÓRIA de Cabo Verde??.***Infelizmente suas promessas ao sabor do freguês, as manifestações de júbilo perante a MEDIOCRIDADE dos resultados que alcançou, seus ataques á Constituição, o uso abusivo dos recursos do Estado em pról do PAICV, só nos levam á conclusão que PERSISTE A TENTAÇÃO E O DESEJO RECALCADO DE DITADOR

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  2. Eu pessoalmente aconselharia ao PMN a tomar cuidado com as metaforas e o sentido figurado... E o clasico discurso demagogico que pretende arrastar massas.
    Esta frase incita claramente a violencia. Nao e preciso ir a universidade, nem ser psicoanalista para para analizar o sentido implicito, inconsciente y consciente de JMN. A incitacao a violencia passa de ser subliminal.
    Ao Povo de Cabo Verde... deseo sinceramente que tome consciencia de uma vez !!!! Este homem JMN, e um egocentrico-narcisista, que usa a demagogia barata (diga-se de passo copiada) para ludibriar as pessoas.

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