sexta-feira, dia 6 de Agosto
Os problemas da Electra já chegaram a S. Vicente e à ilha do Sal. Falta água e apagões tornam-se mais frequentes. O consumo está a aproximar-se da capacidade instalada. Praia de há muito que já vinha sofrendo disso. O forte crescimento do consumo de energia e água acompanha o seu crescimento económico muito mais rápido que o dos outros pontos do país.
Os problemas actuais vêem relembrar que o grande constrangimento para o sector de energia e água são os investimentos que não foram feitos. E não questões de gestão, de perdas e de roubo, embora pesem bastante. Em 2000 calculou-se que era preciso um investimento de 250 milhões de dólares em 15 anos para garantir um futuro estável em energia e água. A EDP assinou um documento comprometendo-se em ir buscar esse montante. Até 2003, 70 milhões foram investidos na Praia, S.Vicente e Sal. O incumprimento do Governo com a questão do défice tarifário, descapitalizou a empresa e levou a situação em que o Governo, com arrogância, deixou sair a EDP sair e libertou-a da promessa de conseguir os restantes 180 milhões para investir em equipamento de produção de energia e água. Resultado: não se investe o suficiente e os problemas persistem. Quando há dinheiro para investir, como acontece com a linha de crédito com Portugal, os fundos estão presos pelos requisitos de compra de produtos portugueses. Não tendo escolha, o Governo endivida-se, por exemplo, na compra de centrais foto voltaicas, quando de facto devia fazer outro tipo de investimentos para sanar o problema de energia e água, a curto e a médio prazo.
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