quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ministro de Economia precisa-se

Nos últimos dias o Sr. Primeiro Ministro tem-se desdobrado em múltiplas consultas de entidades públicas e privadas, religiosas, empresariais e sindicais. Faz isso para dar um sentido de urgência ao combate à crise e para supostamente receber sugestões de como enfrentá-la. Poderia bem receber a sugestão de nomear um ministro da Economia pleno, sem necessidade de acréscimos como Competitividade e Inovação. Um ministro que tivesse peso político e todo o suporte do Primeiro-ministro para fazer as reformas e conseguir resultados concretos e substanciais na diversificação da economia nacional, na criação do emprego, no aumento de bens e serviços transaccionáveis, na consolidação de uma classe empresarial dinâmica, na redução dos custos de contexto, no abaixamento dos custos de energia, água, transportes marítimos e aéreos. Nos governos do Dr. José Maria Neves já passaram mais de seis ministros com pastas do sector da economia. Nenhum deles foi verdadeiramente o ministro da economia que Cabo Verde precisava. A prova disso é o ponto em que o país se encontra no momento, frágil com uma economia afunilada no turismo e quase no limite da capacidade de endividamento sem que a dívida tivesse sido útil na criação de emprego e na expansão das empresas nacionais. Ao longo do tempo prevaleceu a vontade das Finanças Públicas em nome da manutenção dos equilíbrios macroeconómicos. Das finanças não se podia esperar grande sensibilidade micro. Ao nível macro sentia-se confortável com as transferências externas sem precedentes que o País recebia desde de 2004 para juntar as pontas. E sempre ajudava, para manter a pose de rigor, alguma criatividade orçamental com desorçamentação de despesas e não assunção de risco derivados de responsabilidades contingenciais de empresas públicas, municípios e institutos públicos como bem chama a atenção o Governador do Banco Central. O propalado rigor nas despesas porém ficou ferido de morte com a divulgação das transferências a associações comunitárias nas vésperas das eleições presidenciais. Agora que as transferências externas tendem a diminuir drasticamente é urgente ter-se um verdadeiro ministro da economia a trabalhar com um sector das finanças que acredite que a prazo só o crescimento a taxas elevadas poderá garantir a estabilidade macroeconómica do país.

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